Por: Mateus Ferraz
Muitos,
mesmo dentro das igrejas, agem como se o louvor fosse uma mensagem dos homens
para um Deus distante. E a pregação fosse a resposta mística desse Deus quase
ausente.
Temos
que crer que Deus pode ser tocado no meio da multidão, mesmo quando sua
soberania é tão evidente.
Há algum tempo atrás ouvi uma frase que
mudou minha visão sobre Deus. A frase dizia: “Deus é um ser infinito e
pessoal”. Estas duas qualificações divinas contêm o profundo mistério da
existência e do amor de Deus. Como pode alguém ser infinito e pessoal?
Ora, o infinito não tem começo nem fim.
Ele se estende por toda a eternidade. Ele simplesmente é. Para um ser com esse
atributo não importa o que se passa em um intervalo de tempo de cem anos, pois
é apenas um ínfimo pedaço da eternidade.
Pense em você. Um ser limitado ao tempo
e ao espaço. Cem anos representam a eternidade para o ser humano. Tudo em
nossas vidas tem um começo, meio e fim. Somos limitados por pessoas, por
épocas, por circunstâncias e por nós mesmos. Somos limitados por nossos
sentimentos; somos finitos em nossas habilidades, enfim, somos um ínfimo pedaço
da eternidade enquanto pisamos nesta terra. A morte vem e esse ínfimo pedaço já
não altera o presente, é relembrado pelo passado e ignorado pelo futuro. É isso
que eu e você somos. Comparados à infinidade divina, somos desprezíveis e
insignificantes. Deprimente, não?
Os homens vivem como se durassem
eternamente. Compra-se, vende-se, casa-se e dá-se em casamento, exatamente como
nos dias de Noé, sem se preocupar se vem ou não o dilúvio. Atualmente, a
situação é um pouco exagerada, pois além da vida fútil, vive-se uma vida impura
e perniciosa, entregue à limitação da vida. “Viva tudo o que puder e nunca se
arrependa de não ter feito.” Esse é o pensamento que tem permeado a mente de
jovens, adultos e até mesmo os pequenos infantes que mal conhecem a vida. Esse
pensamento é incutido pela TV e apoiado pela omissão dos pais. Tudo é eterno… enquanto
dura.
O que é o homem comparado a Deus? O que
é um insignificante pedaço da eternidade comparado à eternidade toda? Se nada
fosse dito, e se esse artigo terminasse aqui, seria apenas uma reflexão
deprimente sobre a pequenez humana. Embora seja importante lembrarmos-nos dessa
verdade de quando em quando, não é só isso que tenho a dizer.
Deus é um ser infinito e pessoal. O que
é ser pessoal? Pessoal é íntimo. É aquele que é tão próximo de você quanto você
mesmo. É aquele que faz parte de você. Que anda com você. Que fala com você.
Pessoal é o Deus do jardim do Éden, que fala com o limitado Adão como se fosse
eterno.
É o Deus do monte Sinai, que escreve
suas leis para os simples mortais. É o Deus que se importa de tal forma com os
“pedaços de eternidade” que envia seu Filho para pagar o preço que é muito alto
para eles.
Como pode o infinito ser pessoal? Como
pode Deus se importar conosco? Mistérios não podem ser desvendados, apenas
vividos.
“Mas Deus dá prova do seu amor para
conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós” (Romanos
5.8).
Fonte: Revista Impacto
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