Em
1958 aconteceu algo que mudou minha vida e ministério. Um irmão em Cristo
mostrou-me, baseado no Novo Testamento, que Jesus não voltará até que haja uma
igreja gloriosa para recebê-lo (Ef 5.27), e que os meios para preparar a igreja
são os apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres (Ef 4.11). Vemos
também em Ef 2.20 que os apóstolos e profetas são o fundamento da igreja.
Aprendemos em 1º Co 12.28 que há ministérios na igreja: “… primeiramente
apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro mestres…”
Durante
os últimos quarenta anos tenho perguntado: “Onde estão os apóstolos?” O maior
evento na história da humanidade será a segunda vinda de Jesus Cristo. Isso só
será possível com o aparecimento de uma “igreja gloriosa” e tal igreja só
poderá ser formada através do ministério apostólico.
Não
há apóstolos no Velho Testamento. O ministério principal é o do profeta. O
primeiro apóstolo foi Jesus Cristo (Hb 3.1). Jesus escolheu doze apóstolos que
se tornaram o fundamento da igreja. Mas o ministério dos apóstolos não terminou
com os doze, nem com o apóstolo Paulo. Pelo contrário, Paulo nos ensina em suas
epístolas que o ministério apostólico é necessário para o aperfeiçoamento da
igreja nos últimos dias antes da segunda vinda de Cristo.
Os
primeiros apóstolos anunciaram a ressurreição de Jesus Cristo. Os últimos
apóstolos anunciarão a segunda vinda de Jesus Cristo.
À
medida que os primeiros apóstolos desapareceram, a igreja perdeu seu poder,
pureza e unidade. Somente com a restauração do ministério apostólico haverá a
restauração da igreja.
Ainda
que haja muitos aspectos que precisam ser entendidos sobre o ministério
apostólico, o espaço nos permite tratar de apenas um, que nunca é mencionado em
qualquer discussão sobre o assunto. Refiro-me a Israel. Um homem de Deus disse
certa vez que se quisermos entender a Bíblia, precisamos entender Israel. A
chave da Palavra de Deus, do plano de Deus, é Israel.
O
Senhor disse a Abraão, “… em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn
12.3). O Novo Testamento começa com estas palavras: “Livro da genealogia de
Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão” (Mt 1.1). Gl 3.13-14 declara que
“Cristo nos resgatou da maldição da lei… para que aos gentios viesse a bênção
de Abraão em Jesus Cristo.” O apóstolo Paulo declarou que “… pela revelação me
foi manifestado o mistério… o qual em outras gerações não foi manifestado aos
filhos dos homens, como se revelou agora no Espírito aos seus santos apóstolos
e profetas, a saber, que os gentios são co-herdeiros e membros do mesmo corpo e
co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho” (Ef 3.3, 5,
6).
Uma
leitura cuidadosa de Romanos 11 e Efésios 2.11-22 torna claro, para mim, que,
nos últimos dias, Israel natural (o judeu) e Israel espiritual (o gentio) serão
reconciliados em um novo homem, o corpo de Cristo. Esta revelação restaurará o
ministério do apóstolo. Títulos não resolvem. Sinais e milagres não resolvem.
Evangelismo e estabelecimento de novas igrejas (ainda que importantes) também
não resolvem. Somente a revelação do “mistério” poderá produzir os últimos
apóstolos, assim como produziu os primeiros. O ministério apostólico restaurado
será, então, o instrumento que ajudará a trazer a resposta à oração de Jesus
registrada em João 17.21: “… para que todos sejam um; assim como tu, ó Pai, és
em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós; para que o mundo creia que
tu me enviaste.” Esta será a igreja gloriosa que será apresentada a Jesus
Cristo na sua segunda vinda.
Uma
última palavra de alerta: Aos olhos de Deus os apóstolos são os primeiros (1º
Co 12.28), mas aos olhos dos homens são os últimos. “Porque tenho para mim, que
Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois somos
feitos espetáculo ao mundo, tanto a anjos como a homens” (1º Co 4.9). Esta é a
atitude que caracteriza o verdadeiro ministério apostólico.
Por: John Walker
Fonte:
Revista Impacto
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