1ª Roupa: A
resplandecente
Por:
Norbert Lieth
Há
algum tempo visitei o Wartburg, o castelo onde Lutero traduziu a Bíblia. Há
muitas coisas interessantes para ver ali – além da sala onde Lutero trabalhou.
Por exemplo, nas paredes há retratos de todo tipo. Chama a atenção que as
mulheres se apresentam em seus melhores trajes. E os homens usam vestimentas
ricamente enfeitadas com medalhas, ou então magníficos uniformes ou armaduras.
As pessoas faziam-se retratar em toda a sua dignidade, principesca ou real.
Diz
o ditado popular: “O hábito faz o monge”. De fato, muitas vezes as roupas dizem
algo a respeito do caráter de uma pessoa, suas idiossincrasias ou preferências.
É bem verdade que há pessoas ricas e influentes que se vestem de forma simples,
mesmo que os tecidos que usam sejam muito caros. Assim, uma simples olhada de
relance realmente pode dar uma impressão errada.
As
estrelas e celebridades da nossa época normalmente não poupam esforços nem
dinheiro a fim de se apresentarem com as melhores e mais chamativas roupas,
apenas para continuarem in e para que se fale delas.
Como
o Senhor Jesus, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, estava vestido no dia de
Sua morte (crucificação)? Ele usou seis vestimentas diferentes. Em minha
opinião, Deus quer nos transmitir uma mensagem por meio delas. Vamos
analisá-las uma a uma.
A roupa resplandecente
Quando
Pôncio Pilatos descobriu que Jesus era da Galiléia, e que Herodes, cujo domínio
incluía a Galiléia, estava em Jerusalém naquele momento, ele enviou o Senhor
até Herodes (Lc 23.6-7). Fazia tempo que este desejava ver um sinal milagroso
realizado por Jesus. Mas como o Senhor não respondeu às suas perguntas (v.9)
nem realizou milagres, o aparente interesse por Jesus imediatamente se
transformou em zombaria e gozação: “E Herodes, com os seus soldados,
desprezou-o, e, escarnecendo dele, vestiu-o de uma roupa resplandecente,
e tornou a enviá-lo a Pilatos” (v.11, RC). Outras traduções chamam esta
roupa de “manto esplêndido”, “manto branco” ou “manto real”.
É
óbvio que Herodes queria usar isso para expor a reivindicação da realeza de
Jesus ao deboche público. Pois, pouco antes Jesus tinha respondido à pergunta
de Pilatos: “És tu o rei dos judeus?” com “Tu o dizes” (v.3).
Todo o Sinédrio reunido naquele lugar tinha escutado essas palavras, e os
mesmos homens agora acusavam Jesus diante de Herodes, com certeza também pela
Sua reivindicação de ser o Rei dos judeus (cf. Lc 23.3,10).
Com
esta roupa resplandecente que Herodes tinha mandado que vestissem em Jesus, ele
O tinha exposto à zombaria das pessoas. Elas zombavam dEle por causa daquilo
que Jesus realmente era: o Rei dos judeus; a verdade absoluta e comprovada a
respeito de Jesus foi debochada.
Algo
muito parecido acontece hoje: inúmeras publicações sobre Jesus arrastam a
verdade a respeito de Sua Pessoa na lama. Nenhuma outra religião é tão
vilipendiada quanto o verdadeiro cristianismo, pois a mensagem do Evangelho de
Jesus Cristo que ela prega é a verdade. Por trás disso está o pai da mentira, o
diabo (Jo 8.44), que combate essa verdade com todos os meios de que dispõe.
A
roupa resplandecente colocada sobre Jesus também significa que o Senhor tomou
sobre si todos os pecados, mesmo aqueles que o ser humano tanto gosta de usar,
mas que não o fazem feliz: roupas maravilhosas, esplêndidas, e jóias preciosas.
Os homens gostam de se apresentar com elas, mas, na maioria das vezes, por
baixo só estão escondidos egoísmo, orgulho e uma ambição ilimitada.
A
“roupa resplandecente” dos homens tenciona esconder a sua miséria e natureza
pecaminosa, o “manto branco” precisa ocultar a hipocrisia, o “manto esplêndido”
tenta neutralizar o mau cheiro da debilidade humana e o “manto real” procura
testemunhar imortalidade, mesmo que o ser humano seja totalmente mortal.
Jesus
vestiu, tomou sobre si e carregou tudo isso. Agora Ele transforma qualquer
pessoa que crê nEle em “rei e sacerdote” (cf. Ap 1.5-6)...
Fonte:
Chamada.com.br
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