Por: Renan Alves da Cruz
Você
já deve ter ouvido alguma história sobre um jovem cristão que ingressou no
ambiente acadêmico e, após um semestre de imposição cultural, mudou
radicalmente seus conceitos, quando não apostatou da fé.
Minhas
percepções deste fenômeno são alarmantes e creio que explicitam um problema
endêmico que deve ser encarado pela Igreja com máxima seriedade.
Sou
professor de história e lembro com clareza do meu primeiro dia de aula com o
professor de História Medieval. Com a arrogância típica dos que duvidam e não
assumem, atestou à classe que muitos que estavam começando aquele curso, se
religiosos, abandonariam sua fé no decurso dos próximos semestres, através da
iluminação do conhecimento.
Não
recebi aquela ameaça com temor, apenas com pena, e conclui meu curso com minha
fé mais fortalecida.
O
ambiente, de franca e indisfarçada doutrinação esquerdista, no entanto, fabrica
ateus raivosos e relativistas chiliquentos em escala industrial, e, pela
misericórdia de Deus, reconheço que minha experiência pessoal não reflete a
experiência da totalidade.
Jovens
de formação cristã deficiente não conseguem sustentar racional e
argumentativamente sua fé perante a discurseira acadêmica de seus docentes mais
fervorosos. Não conseguem se posicionar ante quem desfila erudição e
superioridade intelectual com habilidade profissional. E muitos refugam.
Não
conheço pesquisa semelhante feita no Brasil, mas Augustus Nicodemus apresentou
em seu livro Polêmicas na Igreja dados de uma pesquisa realizada pelo Instituto
Barna em 2011, sobre a apostasia de jovens evangélicos americanos.
Os dados são pesarosos.
Segundo
o levantamento, 10% se tornam ateus ou agnósticos, 40% deixam de frequentar a
igreja, mas ainda se proclamam cristãos e 20% assumem dificuldades em conciliar
sua fé com as demandas da sociedade.
Apenas
30% permanecem firmes, tal qual estavam antes da Universidade.
Embora
os dados digam respeito aos Estados Unidos, podemos usá-los para embasar
conclusões que são visíveis. Talvez não na mesma proporção, mesmo que alterando
as porcentagens, é notório que muitos jovens cristãos do século XXI não estão
prontos para encarar o materialismo acadêmico com sua base, não apenas de fé,
mas de convicção racional do cristianismo.
E como resolver o problema?
Como
grande parte dos problemas atuais de reconhecida gravidade, as soluções não
estão numa única atitude, entretanto, me arrisco a fornecer um contributo:
Precisamos
enraizar fundamentos do cristianismo em nossos jovens, priorizar estudos, apresentar-lhes
as objeções ateístas à fé, e demovê-las.
Muitas
vezes investimos em espiritualidade errática, pensando assim estar blindando os
jovens das pressões que receberão. Só que quando o professor da faculdade,
ostentando títulos e mais títulos, porejando saber acadêmico, os encostam na
parede, questionando sua fé, com o que, por força de sua posição, imputa ser a
verdade, o que sustém a fé é o conhecimento da Palavra de Deus.
Tudo
tem o seu valor, mas o ensino, a longo prazo, é mais resolutivo que os moveres.
Por
isso precisa ser priorizado e enfatizado.
Fonte: Gospel Prime
Nenhum comentário:
Postar um comentário