Depois de fechar mais de 700 igrejas desde o
início do ano, o governo de Ruanda mudou as diretrizes sobre como os grupos
religiosos devem operar no país.
Oficialmente, 93,6% da população é cristã
(56,5% de católicos e 37,1% de evangélicos).
O presidente Paul Kagame mandou ao Parlamento
um projeto de lei que exige que sacerdotes de todas as religiões, incluindo
muçulmanos, tenham um diploma universitário em “estudos religiosos” para poder
pregar nos templos.
Evalister Mugabo, bispo da Igreja Luterana em
Ruanda, lembra que a maioria dos pastores do país tem apenas certificados de
escolas bíblicas locais, que não são reconhecidos pelo governo. “As missões
globais devem considerar isso como uma emergência”, aponta.
Ainda segundo ele, “a Igreja Católica Romana
terá o domínio em Ruanda, pois não temos muitas Universidades evangélicas e
dificilmente poderemos oferecer um diploma para todos os pastores em pouco
tampo”.
Caso aprovada, a exigência da nova lei é que
as Igrejas seriam obrigadas a instituir um órgão interno de resolução, que
responderia ao governo por qualquer denúncia. A medida, segundo funcionários do
governo, trará ordem entre as igrejas, algumas das quais são suspeitas de
enganar as pessoas.
Judith Uwizeye, ministra do gabinete do presidente
Kagame, justifica: “Era possível acordar de manhã e chamar outras pessoas para
começar uma igreja, nada impedia. Queremos criar uma melhor organização sobre o
modo de trabalho dessas organizações religiosas”.
Desde março, o governo tomou uma atitude
radical, fechando centenas de igrejas na capital de Kigali e até nas
comunidades rurais isoladas. As autoridades argumentam que os templos não
tinham infraestrutura e estavam “contribuindo para a poluição sonora”. Contudo,
os minaretes das mesquitas não foram impedidos de tocar o chamado para a oração
cinco vezes por dia.
A grande maioria das igrejas fechadas eram
pentecostais. O pastor Jean Bosco Nsabimana, fundador de uma das que não pode
mais funcionar questiona porque as autoridades não olham para os bares e boates
que produzem poluição sonora de verdade.
Curiosamente, Innocent Maganya, chefe do
departamento de estudos islâmicos da Universidade de Tangaza argumenta que a
medida é positiva. “Essas igrejas estavam se multiplicando rapidamente e
explorando pessoas pobres. Se eles não forem controlados, continuarão a surgir.
Eu não acho que o governo esteja interferindo na liberdade de culto”, assevera.
Com
informações: Religion News Service
Por:
Jarbas Aragão
Fonte:
Gospel Prime
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