A
Assembleia Geral das Nações Unidas reuniu-se nesta quinta-feira (21) para uma
sessão de emergência para debater o reconhecimento de Jerusalém como a capital
de Israel.
Anunciado pelo presidente Donald Trump no dia 6, a decisão vem sendo
criticada por vários países, sobretudo os islâmicos.
Com
aprovação de uma esmagadora maioria (128 a favor, e 9 contrários) declara o
reconhecimento de Jerusalém como capital “nula e sem efeito”. Além dos Estados
Unidos e Israel, os contrários foram Honduras, Guatemala, Palau, Ilhas
Marshall, Micronésia, Togo e Nauru. Ao mesmo tempo, 35 países optaram por
abster-se.
A
Assembleia foi aberta pelo embaixador do Iêmen na ONU, que apresentou a
resolução da ONU, afirmando que todos os “países amantes da paz” deveriam votar
a favor. Khaled Hussein Mohamed Alyemany chamou a atitude de Trump de “uma
flagrante violação dos direitos do povo palestino, das nações árabes e de todos
os muçulmanos e cristãos do mundo”.
Segundo ele, manter o reconhecimento de Jerusalém “ameaça a paz no
mundo, prejudica qualquer chance de paz no Oriente Médio e só serve para
incentivar a violência e o extremismo”.
Em seguida, a embaixadora dos EUA, Nikki Haley,
respondeu a Alyemany e à resolução, lembrando os 193 estados membros da ONU que
irá realizar cortes de financiamento das nações que votaram contra. Deixou
claro que “nenhum voto nas Nações Unidas fará qualquer diferença” pois a
decisão dos EUA de transferir sua embaixada para Jerusalém seguirá em frente,
pois “é a coisa certa”. Ressaltou que Assembleia Geral não pode impedi-los de
“exercer nosso direito como uma nação soberana”.
Os
Estados Unidos é o pais que faz as maiores contribuições do mundo para a ONU,
mas que o resultado da votação “fará a diferença na forma como os americanos
olham para a ONU e como olhamos os países que nos desrespeitam na ONU”.
O representante do Irã disse
que “a Palestina está no coração de todos os países muçulmanos” e a Turquia
garantiu que eles não seriam “intimidados”. Até a Arábia Saudita — aliada dos
EUA em várias questões e que, nos últimos tempos, tem registado uma aproximação
a Israel — anunciou que continuará defendendo Jerusalém Oriental como capital
de um futuro Estado palestino.
O
embaixador de Israel, Danny Danon, criticou duramente a resolução da ONU:
“Quarenta e dois anos atrás, essa Organização adotou uma resolução vergonhosa
equiparando o sionismo com o racismo. Foram necessários 16 longos anos para que
essa resolução odiosa fosse revogada. Não tenho dúvidas de que a resolução de
hoje também acabará, eventualmente, na lixeira da história. Não tenho dúvidas
de que virá o dia em que toda a comunidade internacional finalmente reconhecerá
Jerusalém como a eterna capital do Estado de Israel”.
“Jerusalém
é o lugar mais sagrado para Israel e o povo judeu, ponto final. Este é um fato
indiscutível. O rei Davi declarou isso há 3.000 anos. Na Bíblia judaica,
Jerusalém é mencionada 660 vezes… [o Primeiro Primeiro-Ministro de Israel]
David Ben-Gurion disse que Jerusalém é uma parte inseparável do futuro e do
destino de Israel “, acrescentou.
Em
seguida, Danon apresentou uma antiga moeda de Jerusalém. “A moeda que tenho nas
mãos é do ano 67 e diz ‘Liberdade de Sião’. Esta é uma evidência clara do
período do Segundo Templo, e prova uma conexão direta entre os judeus e
Jerusalém”.
A
decisão de hoje é muito semelhante à resolução do Conselho de Segurança (14
votos a 1), que foi vetada pelos EUA na segunda-feira. Uma das consequências a
curto prazo é o fortalecimento da Rússia em sua influência sobre o Oriente
Médio. Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, já pediu que Putin
substitua Trump como mediador no futuro.
O
Brasil, mantendo a tradição iniciada com o governo Lula,continuou votando
contra Israel, preservando seu alinhamento com os países islâmicos.
Fonte: Gospel Prime
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