Eu discursei para uma grande platéia em um auditório vazio.
Pude ouvir gritos, gemidos e clamores estrondosos de multidões indefesas e amordaçadas pela insensibilidade dos seus defensores.
Suas bandeiras foram rasgadas e seus lemas ridicularizados, sua liberdade foi aprisionada no cárcere da arrogância.
Os opressores aplaudiam o meu silêncio e elogiavam a minha neutralização.
Derrepente fui despertado e achei-me diante de mim mesmo. Sendo traspassado pela consciência. O meu silêncio era um longo discurso em pró dos opressores e corrente de ferro contra os oprimidos.
Levantei e clamei para mim mesmo:
Despertai insolentes e quebrai o laço do conformismo.
Foi doloroso, mas aceitei de bom grado o desafio da não neutralização.
Já posso ouvir as correntes sendo quebradas e as vidas alcançadas.
O sentimento de tranqüilidade interior mesmo diante de grande conflito é fortalecedor, e gratificante.
Descanso tranqüilo pra não repousar nos braços da insensibilidade.
Por Roque da Mota Andrade
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