Essa frase foi dita pelo
especialista em assuntos relativos a Coreia do Norte, o britânico David Alton.
Para ele, que também é militante dos
Direitos Humanos, os direitos do cidadão coreano, inclusive o de crença e
culto, são violados todos os dias.
Em 10 de dezembro, o Grupo
Parlamentar britânico All - Partido para a Liberdade Internacional de Religião
ou Crença - publicou um relatório dos resultados do inquérito por perseguição
na Coreia do Norte. O grupo
quer ganhar adesão dos demais países do mundo para que pressionem a Coreia do Norte, a fim de
limitar e exterminar a opressão à liberdade religiosa.
O relatório, intitulado
"Religião e Crença na República Popular Democrática da Coreia, "descortina
algumas práticas do governo norte-coreano que oprime sistematicamente a
liberdade de religião e crença, e que continua atingindo os cristãos duramente,
ao que o Grupo considera um crime contra a humanidade”.
"Durante muitos anos, a Coreia do Norte tem sido vista
como um país incomunicável e inegociável, mas agora a comunidade internacional
está finalmente começando a dar ao país a atenção e visibilidade que seus
cidadãos merecem e pedem desesperadamente", disse a baronesa Elizabeth
Berridge, presidente do Grupo ALL.
Propagação
de abusos
Em março de 2014, a Comissão de
Inquérito sobre os Direitos Humanos na República Popular Democrática da Coreia
apresentou o primeiro relatório à Comissão de Inquérito da ONU para os Direitos
Humanos na República Popular Democrática da Coreia e para o Conselho de
Direitos Humanos da ONU. O relatório com 372 páginas destacou a propagação de
abusos crônicos dos direitos humanos no país. Segundo o relatório, seguidores
de várias religiões, entre elas o cristianismo, “são severamente punidos,
muitos chegando à morte” e que “ a gravidade, escala e natureza dessas
violações são tão severas que não existem paralelos no mundo contemporâneo.
Crimes
contra a humanidade
A Comissão de Inquérito da ONU
também considerou o tratamento da Coreia do Norte aos cristãos um crime contra a humanidade. Recomendando que o
país seja submetido ao Tribunal Penal Internacional.
O relatório da ONU constatou
que embora houvesse mudanças visíveis na política coreana para a religião entre
as décadas de 70 e 90, elas não apontam para um abrandamento geral da pressão
sobre os grupos religiosos. Pelo contrário, a Coreia do Norte continuou a perseguir ativamente grupos
religiosos que funcionam fora das estruturas religiosas controladas pelo Estado
extremamente limitadas.
Presos
e executados por orar e ler a Bíblia
Aqueles que praticam uma
religião na Coreia do Norte,
fazem sabendo muito bem que podem ser presos. Aliás, eles são enviados às
prisões coreanas apenas por orar antes das refeições e até executados por ler
ou portar uma Bíblia. Em 2009, duas mulheres, Seo Keum Ok e Ryi Hyuk, foram
executados por distribuir Bíblias. Elas foram acusadas de ter ligações com os
EUA e Coreia do Sul e ainda de espionagem e por serem cristãs. Membros de três
gerações de famílias dessas mulheres também foram presos e enviados para campos
de prisioneiros, com base na lei norte-coreana que culpa três gerações de quem
comete um crime.
Longe de ser um segredo, a
perseguição religiosa na Coreia doNorte é amplamente conhecida. De acordo com um estudo realizado pelo
Centro de Banco de Dados dos Direitos Humanos para os norte-coreanos, 99,7% dos
refugiados entrevistados disse que não há liberdade religiosa. Daqueles que
tinham experimentado, testemunhado ou perpetrada a perseguição religiosa, 45,5%
eram protestantes, 0,2% são católicos, 1,3% budista, 1,7% não têm religião e
1,1% "outros" e as crenças de 50,3% eram desconhecidos.
Por: Portas Abertas
Fonte: World Watch Monitor
Tradução: Regina Andrade
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