Um mundo globalizado tal como está
configurado atualmente é conduzido por uma tendência que privilegia o lucro e
estimula à concorrência,...
...mudanças rápidas são necessárias para atender
o vazio dos clientes, por isso, o filósofo Bauman chama nossa modernidade de
“líquido”, porque, como todos os líquidos, ela jamais se imobiliza, nem
conserva sua forma por muito tempo.
Estamos falando de um mundo moderno que
sempre nos surpreende, o que hoje parece correto e apropriado amanhã pode muito
bem se tornar fútil, fantasioso ou lamentavelmente equivocado. Talvez, o
pesadelo da informação insuficiente que fez nossos pais sofrerem foi substituído
pelo pesadelo ainda mais terrível da enxurrada de informações que ameaça nos
afogar, nos impede de nadar ou mergulhar.
Por exemplo, até a forma de se relacionar
mudou nos dias atuais, como estamos na era do consumo desenfreado, na medida em
que os relacionamentos são vistos como investimentos, como garantias de
segurança e solução de seus problemas, eles parecem um jogo de cara ou coroa. A
solidão produz insegurança, mas o relacionamento não parece fazer outra coisa.
Ao falar de uma era do consumo, é preciso
entender que o que caracteriza o consumismo não é acumular bens (quem o faz
deve também estar preparado para suportar malas pesadas e casas atulhadas), mas
usá-los e descartá-los em seguida a fim de abrir espaço para outros bens e
usos, a vida consumista favorece a leveza e a velocidade. E também a novidade e
a variedade que elas promovem e facilitam, por isso, quando a qualidade o
decepciona; você procura a salvação na quantidade. Quando a duração não está
disponível, é a rapidez da mudança que pode redimi-lo.
Esse desenho da sociedade, infelizmente paira
sobre nossos grupos de jovens, células e os ministérios eclesiásticos. Pessoas
buscam consumir entretenimento nas igrejas; querem o espetáculo pop-rock no
louvor, pregações com a alto e fina oratória cativante de uma peça de teatro e
ensinos que farão os fiéis ganharem alto estima para o dia a dia. Crentes que
buscam consumir o que é mundano nos templos, ou fazem da Igreja as mudanças da
sociedade para se sentirem satisfeitos, tornam-se um objeto frágil e se
desumanizam.
Por:
Victor Santos
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