CHAMADOS PARA AÇÃO
Vivemos em um momento da história da humanidade em que os valores humanistas influenciam e criam nas pessoas formas de pensar e agir e que refletem em todas as atividades humanas, até mesmo nas igrejas.
Há um verdadeiro culto ao individualismo que pode ser percebido nas diversas formas, desde o desinteresse pelo casamento e pela família, até os relacionamentos “virtuais” da internet. Sentimento é o egoísmo, demonstrado, por um lado, através da valorização dos direitos dos indivíduos e o seu desinteresse pela coletividade e pelo bem comum e, por outro, o apartheid social mundial.
A visão do ser humano é fragmentada. A ciência estuda o corpo, a psicologia tenta explicar a alma, e o espírito são elementos que parecem não estar integrados dentro do homem.
Há uma descrença geral nas instituições como governos, políticos, igrejas, polícia, etc. o mesmo acontece com relação aos valores como amizade, solidariedade, compaixão, amor, fidelidade, entre outros. As pessoas estão descrentes de tudo e de todos...
Todos estes sentimentos levam as pessoas a cada vez mais terem seus interesses voltadas para si mesmas. E como este é o século do consumismo, há uma busca desenfreada por coisas e por soluções fáceis que posam satisfazer esta angústia gerada por valores equivocados.
Tudo isto é trazido para dentro da igreja, e reflete na vida das pessoas. Há uma busca de um evangelho “fast Food”, sem compromisso, e de soluções rápidas e fáceis para as crises, com um número cada vez maior de crentes “consumidores”, que busca na igreja apenas satisfação de suas necessidades pessoais.
São freqüentadores de programas, que aplaudem ou vaiam de acordo com o que julgam, mas que incapazes de participar de maneira ativa, contribuindo para que os outros sejam alcançados e tenham suas necessidades supridas.
Esta geração de consumidores tem encontrado respaldo em muitos líderes, que além de apresentar o evangelho “fast food”, reforçam a visão humanista do ser fragmentado, ou seja, valorizando apenas o que é espiritual, esquecendo as necessidades emocionais e físicas dos indivíduos, com grande preocupação em saber o que a vida cristã tem a oferecer. Não há uma preocupação com o outro, em como servi-lo ou assisti-lo.
Deus não nos chamou para sermos consumidores, mas produtores de vida e de ação. A fé produz um estilo de vida que é demonstrado pelas ações.
Jesus foi o nosso maior exemplo, mostra-nos em várias ocasiões sua visão do ser humano como ser integral (Mt 9:35-38; 14:14-16; Mc 1:40-41), demonstrando clara preocupação com as necessidades físicas, mesmo após ter pregado o evangelho.
Além de ver o homem como ser integral. Jesus tinha características peculiares em sua forma de atuação no ministério.
IDENTIFICAÇÃO: com o seu povo, conhecimento da situação.
COMPAIXÃO: este grande sentimento era o que o fazia agir. Compaixão é a capacidade, algumas vezes fatal, do que significa viver na pele de outra pessoa. É a dor do outro que em mim provoca infelicidade.
AÇÃO: cura, milagres, alimentava a multidão, preocupação com o ser integral.
Estas características eram grandes em Jesus pelo sentimento que resumia o seu ministério: AMOR.
Quando perguntaram a Santo Agustinho a que se assemelhava o amor respondeu o seguinte: “Tem olhos para ver a miséria e a carência. Tem ouvidos para ouvir os lamentos e as tristezas dos homens. Tem mãos para ajudar os outros, e tem pés para apressar a ajudar o pobre e os necessitados. É com isso que o amor se parece”.
Em suma, vê, ouve, toma conhecimento, mas age!
Amor resulta em ações, e o exemplo vem de Jesus. Amor é um sentimento prático, que requer renúncia e serviço (1º Jo 3:18). Cristianismo é o amor, e o amor é compassivo com o próximo, com os irmãos e com a nossa nação.
Que Deus nos livre de sermos como Sodoma, que ao contrário do que pensamos, foi destruída pelo pecado da falta de amor, como nos relata o texto de Ezequiel 16:49-50: “Eis que esta foi a iniqüidade de Sodoma tua irmã: soberba, fartura de pão, e abundância de ociosidade teve ela e sua filhas; mas nunca amparou o pobre e o necessitado. Foram arrogantes e fizeram abominações diante de mim; pelo que eu vendo isto, as retirei dali”.
O pecado foi a negligência, a falta de identificação e compaixão. O resultado é que Deus a removeu da sua posição.
Deus tem um chamado para todos os cristãos de hoje, que está em Isaías 58:6-12.
Somos restauradores de brechas, ou seja, somos responsáveis por transformar os locais onde vivemos em locais habitáveis, onde há menos injustiças, locais onde o Reino de Deus é palpável, e isso só é possível se tivermos profundo amor pelos que nos rodeiam, e se este amor for transformado em AÇÃO.
Chega de discursos, o mundo clama por AÇÕES!
Por Segube Augusto de Oliveira
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