Estamos chegando agora ao fim dos
tempos, em que sabemos pelas profecias que veremos os maiores confrontos de
toda a história entre Deus e seus inimigos.
Antes de podermos expulsar as forças do
mal e fechar os portões do inferno, precisamos estar livres do seu domínio e da
sua influência nas nossas vidas e congregações. Uma das raízes secundárias que
alimentam a raiz central de morte é o racismo. A guerra é a arma principal do
espírito da morte, e o racismo, por sua vez, está fundamentado em duas das principais
fortalezas do coração humano corrompido: medo e orgulho. Quando Jesus falou com
os discípulos sobre os sinais da sua vinda, um deles era que se levantaria
“nação contra nação” (Mt 24.7). A palavra grega para “nação” é ethnos, que
significa etnia, ou raça. Então um dos sinais mais evidentes do final dos
tempos seriam os conflitos raciais. Já estamos presenciando a escalada destes
conflitos como nunca antes. Quando a igreja confronta as fontes das trevas, e
toma posição de acordo com o plano de Deus, Satanás fica cada vez mais furioso,
pois sabe que não pode vencer e que pouco tempo lhe resta ( Ap 12.12). Nós
sabemos quem vencerá a batalha final, e que as portas do inferno não podem
prevalecer contra a igreja, mas precisamos compreender as estratégias da batalha,
e como o Senhor pretende nos usar.
O mundo não esqueceu dos terríveis
acontecimentos causados pelos portões do inferno no meio da igreja. E quer se
proteger de futuros perigos das mãos de fanáticos religiosos. Entretanto, a
igreja parece ter se esquecido das lições que deveria ter aprendido, e aliás,
talvez nunca as reconheceu de verdade. Por isto, tem continuado a cometer os
mesmos erros, vez após vez, muitas vezes em formas ou maneiras diferentes. O
mundo não confiará verdadeiramente no povo de Deus até que este compreenda,
reconheça, e se arrependa dos seus terríveis erros do passado.
Existem forças em operação em nossos
dias para colocar diante desta geração as mesmas pedras de tropeço que causaram
a queda das anteriores. Por não reconhecermos estes sutis portões do inferno
que estão instalados na igreja, a maioria dos movimentos cristãos, e mesmo das
“cruzadas” evangelísticas, contêm ervas daninhas que acabam por desviá-los. Mas
o Senhor também está trabalhando para nos dar o discernimento e sabedoria
necessários para compreender e remover estas pedras de tropeço. Há um movimento
cada vez mais forte no Corpo de Cristo dedicado à reconciliação e
arrependimento pelos pecados dos nossos antepassados.
Podemos olhar para trás e dizer que
todas estas atrocidades foram praticadas pelos católicos. Realmente, nenhum
déspota muçulmano ou aiatolá na história praticou tantas crueldades quanto
alguns líderes da igreja durante a época das Cruzadas e da Inquisição. Mas os
protestantes cometeram os mesmos erros, ainda que em diferentes graus de
intensidade. Enquanto Martinho Lutero escrevia seu grande hino Castelo Forte é
o Nosso Deus, um anabatista estava definhando numa masmorra por suas ordens,
porque não aceitava seu dogma protestante. Lutero também era a favor de
subjugar à força os judeus e as outras minorias.
Protestamos que os católicos têm um
papa que usurpa o lugar de Cristo como Cabeça da Igreja, mas temos muitos
líderes que são “papas” dos nossos movimentos e fazem a mesma coisa.
Denunciamos a adoração de Maria, a mãe de Jesus, mas adoramos nossas igrejas ou
movimentos. Ficamos chocados pelas orações feitas a santos, mas constantemente
levantamos nossos líderes como ídolos para ser nossos mediadores. Ficamos
indignados quando lemos da prática católica em séculos passados de vender
indulgências para perdoar pecados, mas é difícil ligar o rádio ou a televisão
num programa evangélico, abrir uma revista ou freqüentar uma campanha sem
presenciar a modalidade atual de indulgência: “Se você contribuir ao meu
ministério, o Senhor certamente o abençoará.” Representa a mesma heresia de
tentar vender a graça de Deus.
Ficamos abismados com a história das
Cruzadas. Afirmando ser expedições para a glória de Deus no nome de Cristo,
manifestaram na verdade algumas das piores maldades da natureza humana,
produzindo muito mais condenação do que salvação. Mas de maneira semelhante,
grande parte das “cruzadas” evangelísticas da igreja tem resultado em mais
afastamentos de Deus do que conversões. Os cruzados diziam levar suas espadas
na causa da cruz de Jesus, como símbolo de salvação; entretanto, usavam-nas
para despedaçar homens, mulheres e crianças inocentes. Hoje temos uma espada
mais poderosa, a Palavra de Deus; entretanto a usamos também para ferir e
destruir as mesmas pessoas que precisam ser salvas e curadas. Podemos tentar
usá-la para mudar a legislação dos países, enquanto ao mesmo tempo fazemos os
corações se endurecerem e levantamos barreiras intransponíveis ao evangelho da
salvação por causa das nossas atitudes carnais e egocêntricas. Exatamente como
em séculos passados, podemos dizer: “Encontramos o inimigo, e o inimigo somos
nós!”
Fonte:
Revista Impacto
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