Pelo menos cinco cristãos, incluindo uma criança de 11 anos
de idade, foram mortos e cerca de sete mil pessoas foram vítimas de perseguição
ao longo do ano passado, de acordo com relatório sobre a situação da Igreja na Índia.
O Relatório da Perseguição aos Cristãos, lançado esta semana
pelo Catholic Secular Forum (CSF), baseado em Mumbai, na Índia, afirma que cerca de 300 líderes cristãos foram
alvejados em incidentes de violência em todo o país no ano passado.
Os autores da pesquisa são críticos acerca do que eles veem
como um balanço entre o conservadorismo e o fundamentalismo na Índia, um país de maioria hindu
que é, contudo, bastante diversificado.
Em outubro, fundamentalistas hindus atacaram doze aldeias
cristãs no estado de Chhattisgarh. No início do ano, 50 aldeias no mesmo
distrito aprovaram resoluções que proíbem cerimônias religiosas não hindus.
Estes problemas alarmantes levaram os autores do relatório a rotular
Chhattisgarh como o pior lugar da Índia
para os cristãos viverem.
“Há uma campanha de ódio acontecendo contra as minorias do
país," afirmou Michael Saldanha, da CSF à UCA News. Saldanha disse que o
governo deve garantir que os cristãos na Índia
estejam a salvo de ataques e perseguições. Em vez disso, diz o relatório, a
perseguição muitas vezes não é registrada porque as vítimas têm medo de
denunciar e sofrer retaliações.
Samuel Jaykumar, do Conselho Nacional de Igrejas na Índia, disse que a letargia do
governo na investigação de alegações de perseguição é um problema que persiste
há anos. "Incidentes de perseguição trazidos à tona são perturbadores, mas
nós temos que enfrentar a realidade de que esta tendência vai continuar devido
à inação do governo contra os agressores", disse ele à UCA News. E
acrescentou: "Os cristãos no país vivem com uma sensação de medo desde que
o partido BJP assumiu o governo”.
O relatório da CSF apelou ao primeiro-ministro Narendra Modi
para tomar medidas firmes contra o fundamentalismo e para prevenir atos de
perseguição contra a comunidade cristã. No entanto, Modi é visto por muitas
minorias religiosas como um nacionalista hindu que ficou em silêncio sobre a
questão desde que tomou posse no ano passado.
Fonte: Portas Abertas
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