“Esta é, com certeza, a geração mais abandonada de todos os
tempos.” Afirma o psicólogo inglês Steve Biddulph, um dos mais requisitados
especialistas em educação de crianças.
“Pesquisas feitas na Inglaterra mostram que os pais passam
apenas seis minutos proveitosos com seus filhos por dia. Não basta dar comida,
presentes, sentar em frente da televisão e esperar que seu filho tenha um
comportamento exemplar.” (Revista Veja, 21 de Julho, 2004. P. 76) A falta de
tempo para se dedicar aos filhos, é uma conseqüência da época em que vivemos, e
tem afetado drasticamente a educação das crianças.
Existe uma maneira de não gastar tempo com filhos, basta não
tê-los. Mas parece que alguns pais, bem mais moderninhos, descobriram outra
forma de criar filhos gastando o mínimo de tempo: a terceirização.
Uma das características do século XXI é a terceirização, ou
seja, passar para terceiros a realização de determinadas tarefas. Para evitar
trabalho e dores de cabeça contrata-se uma firma especializada, para cuidar de
certos setores. Chegamos a ponto de terceirizar até a criação de nossos filhos!
O que deveria ser um apoio para os pais na formação do ser
humano acabou tomando o lugar deles, veja só:
A educação, tanto acadêmica como a formação ética e moral,
foi passada para as escolas. Nas reuniões de pais as escolas andam pedindo
ajuda aos pais para que os alunos cumpram com seus compromissos escolares,
respeitem os colegas e funcionários... e os pais respondem com um pedido de
socorro: Eu não sei mais o que fazer com este menino, façam o que quiserem! Ao
ser chamada na escola de seu filho pela 4ª vez, uma mãe alegou que não tinha
tempo para o filho porque estava trabalhando muito para lhe proporcionar uma
vida melhor.
Os cuidados diários foram transferidos para os irmãos mais
velhos, tios, e até para os vizinhos, que dão uma “olhadinha” de vez em quando
na criança. Sozinhas em casa muitas se sentem inseguras e abandonadas. Uma mãe
foi para os USA e deixou a filha de quatro anos com o pai. A criança disse que
a mãe foi ganhar dinheiro e vai mandar um celular para ela. Parece que a filha
aprendeu rápido a lição que a mãe lhe deu: coisas valem mais que pessoas.
A formação do caráter agora é eletrônica: a tv e os jogos
eletrônicos cuidam disso. Muitas meninas se vestem e agem imitando toda a
sensualidade das animadoras de auditório; maquiagem e cantadas nos meninos já
são comuns. Os meninos falam e se portam seguindo os modelos que têm de
violência e desrespeito; chutam, batem e quebram.
A educação moral e cristã já virou função da igreja. Pais
cristãos levam as crianças para as classes bíblicas para descansarem de mais
esta responsabilidade. Muitos nem sabem se seus filhos já confessaram a Jesus
como seu Senhor e Salvador (Rm 10.9,10).
Todos estes serviços e pessoas podem e são ajudas preciosas e
têm seu papel na formação das personalidades, mas nunca deveriam tomar o lugar
que cabe aos pais.
Será que a falta de tempo nos levou a isto?
Lídia Weber, psicóloga; em entrevista a revista Veja em
02/06/04, disse: “Educação é trabalho. Se você tem um relatório para entregar
no dia seguinte, vira a noite, mas o faz. Por que muitas pessoas não têm esse
empenho quando se trata de educar suas crianças.”
Realmente nossos valores estão se invertendo. Hoje o que vale
é ter mais e nem tanto ser mais. Precisamos entrar em estado de alerta! A
Bíblia diz: Não imitem a conduta e os costumes deste mundo, mas seja, cada um,
uma pessoa nova e diferente, mostrando uma sadia renovação em tudo quanto faz e
pensa. E assim vocês aprenderão, de experiência própria, como os caminhos de
Deus realmente satisfazem a vocês. Romanos 12:2; Bíblia Viva. Siga os preceitos
de Deus e Ele lhe trará satisfação verdadeira.
Também conheço mães e pais, que realmente precisam gastar boa
parte do tempo trabalhando, mas se empenham para investir tempo de qualidade em
seus filhos. Sabem onde eles estão, com quem andam, como vão na escola, o que
lhes dá alegria, o que lhes entristece; conhecem seus filhos. Amam,
disciplinam, sabem dar os limites necessários. Quando não sabem, procuram ajuda
com pessoas e literaturas adequadas, sem no entanto, transferirem a terceiros a
missão de educar seus herdeiros.
O que seu filho mais precisa é de você. Não dá para ser pai e
mãe por correspondência ou só por telefone. Educar é relacionar. Relacionar
gasta tempo, energia, paciência, negação de si mesmo; e por outro lado; produz
caráter, alegria, equilíbrio, saúde, felicidade.
Uma vez pedi ao Dr. Russell Shedd que orasse por mim, pelo
meu ministério de ensino. E a primeira coisa que ele mencionou na oração foi
minha vida familiar. Ele pediu que eu fosse uma boa mãe e boa esposa. Que
exortação este mestre me deu neste dia! Orou pelo ministério de mãe e esposa,
os principais da vida.
Não dá para terceirizar a responsabilidade de educação dos
filhos, pois foi o próprio Deus que a delegou aos pais: “E você deve meditar
sempre nestes mandamentos que hoje estou ordenando – os quais você deve ensinar
aos seus filhos. É preciso que você converse sobre estas leis quando estiver em
casa, quando estiver andando pôr algum caminho, na hora de dormir e logo ao
despertar.” Dt. 6:6,7. Nada é mais importante que a educação de seus filhos!
Nem carreira, nem bens materiais, nem a pia sempre limpa. Crianças precisam de
pais que a amem o suficiente para investir tempo neles, amá-los e dar-lhes
limites e liberdade na dose certa para serem felizes. Que Deus lhe dê amor,
sabedoria e coragem para educar seus filhos como eles precisam ser educados.
Invista em seus filhos, é sua missão e vale a pena
Por:
Alexandra Guerra Castanheira
Fonte: Núcleo de Apoio Cristão
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