Por: Al
Whittinghill
“Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião,
estávamos como os que sonham.” (Salmo 126.1).
Na passagem acima, lemos que o povo de Deus estava em
cativeiro. Não diz que tipo de cativeiro era, mas sabemos que o povo de Deus
não deveria estar em prisão de espécie alguma. Depois o salmista diz que quando
Deus libertou do cativeiro, as nações notaram e disseram: “Grandes coisas fez o
Senhor a estes”, e ainda confirma dizendo: “Grandes coisas fez o Senhor por
nós, e, por isso, estamos alegres. Faze-nos regressar outra vez do cativeiro,
Senhor,” como naquele tempo, “como as correntes do Sul.”
A palavra “correntes” aqui significa “torrentes”, e o Sul, ou
Neguebe, é o deserto inóspito que fica ao sul de Jerusalém, perto de Masada.
Quando estive neste local, perguntei ao guia sobre este salmo. Ele me mostrou
um wadi, um leito de rio vazio, tão seco quanto um osso. Mas contou que esteve
ali certa vez quando chovera em Jerusalém. De repente, torrentes de água
inundaram este leito, torrentes que não se podiam conter ou nem quase explicar.
As correntes do despertamento de Deus são exatamente assim,
quando vem repentinamente para restaurar nosso cativeiro. Enquanto estivermos
em cativeiro, não há água alguma. A palavra “de repente” é um termo próprio de
avivamento. Você pode estar num deserto espiritual. Sua vida está ressecada. Os
pobres e necessitados clamam, mas não há água. Depois, repentinamente, quando
as chuvas começam a cair, há uma inundação incontrolável da presença de Deus,
que arrasta tudo que está à sua frente. Por todas as Escrituras, encontramos
referências à vinda de águas como bênçãos, como a chuva e a chuva serôdia, tal
como vemos nesta passagem nos Salmos.
Os versículos 5 e 6 do Salmo 126 são a chave para que nosso
cativeiro seja revertido. “Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria.” A
figura que vem à minha mente aqui é do povo de Deus num lugar privado,
prostrados diante do Senhor. Estão semeando a palavra de Deus diante dele em
oração e com lágrimas. Enquanto estão ali orando, Deus está quebrantando seus
corações. Depois se levantam, e deixam o recinto de oração com a preciosa
semente que Deus lhes deu. Ainda chorando, pregam esta palavra, e semeiam esta
semente, e Deus afirma que sem dúvida voltarão com fruto. É o coração que a
torna frutífera.
Onde Estão as Lágrimas?
Você já se perguntou para onde foram as lágrimas nas nossas
assembléias e igrejas? As lágrimas representam o derramar da alma. Pode-se
dizer que lágrimas são orações líquidas. Lágrimas são amor sem palavras. Não
importa em que país estiver, ou em que cultura, ou com qual raça, as lágrimas
sempre dizem a mesma coisa. São eloqüentes. Comunicam quando a linguagem não é
capaz de fazê-lo, e mostram que o coração está envolvido.
O pregador vai ao púlpito com uma mensagem polida; seus
gestos, sua homilética, e sua hermenêutica estão perfeitos, mas o sermão está
mais seco que farinha. Depois, de repente, sua voz falha, e lágrimas começam a
rolar pelas faces. Imediatamente o diácono acorda do sono, pois percebe que o
coração do pregador está envolvido. As pessoas sabem, ao ver as lágrimas nos
olhos, que estão encontrando algo verdadeiro.
Se nossos olhos estão secos, é porque nosso coração está
desértico. É porque nosso cativeiro não foi revertido. Deus quer mudar nosso
cativeiro. Não creio que a igreja terá uma mensagem ao coração do mundo
enquanto o Senhor não conquistar o coração da igreja. Quando o Senhor possuir o
coração da igreja, dará para ver a genuinidade disso através de lágrimas saídas
do coração.
Jesus disse em João 7.38: “Quem crer em mim, como diz a
Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”. Eu pensava que isto
fosse algo verbal, que representasse a pregação da palavra, e ainda creio que a
inclua. Mas se você seguir a expressão “rios de águas” pelas Escrituras,
descobrirá que na maioria das vezes se refere a rios de águas que saem dos
olhos. Assim o salmista diz em Salmo 119.136: “Torrentes de água nascem dos
meus olhos, porque os homens não guardam a tua lei”.
Jeremias diz: “Provera a Deus a minha cabeça se tornasse em
águas, e os meus olhos, em fonte de lágrimas! Então, choraria de dia e de noite
os mortos da filha do meu povo” (Jr 9:1).Todo o livro de Lamentações é sobre as
lágrimas que as pessoas deviam derramar, e o choro que deviam expressar, por
causa das crianças e do cativeiro do povo ao nosso redor...
Continua...
Fonte: O Arauto da Sua Vinda
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