A polícia italiana anunciou nesta quinta-feira (16) ter
detido 15 imigrantes muçulmanos africanos depois de testemunhas relatarem que
eles haviam atirado 12 passageiros cristãos borda fora.
Os 15 homens foram acusados de "múltiplo homicídio
agravado motivado por ódio religioso".
As vítimas eram "de fé cristã, ao passo que os seus
atacantes eram de fé muçulmana", disse a polícia de Palermo em comunicado,
indicando que os 15 imigrantes, detidos na quarta-feira à chegada à Sicília, a
bordo do navio Ellensborg, que os recolheu, são de nacionalidade
costa-marfinense, maliana e senegalesa.
Os 15 homens foram nesta quinta-feira acusados de
"múltiplo homicídio agravado motivado por ódio religioso". O drama
ocorreu no estreito da Sicília e, segundo testemunhos fornecidos à polícia por
uma dezena de refugiados nigerianos e ganeses que se encontravam a bordo da
embarcação, a disputa deveu-se a razões religiosas.
Os sobreviventes explicaram que tinham partido na terça-feira
da costa líbia num barco pneumático transportando, no total, uma centena de
passageiros.
"Durante a travessia, os nigerianos e os ganeses, em
minoria, foram ameaçados de serem atirados à água por uma quinzena de
passageiros", indicou a polícia no comunicado.
O motivo da ira dos agressores "seria a profissão da fé
cristã pelas vítimas, ao contrário da fé muçulmana professada pelos
atacantes".
"As ameaças teriam, em seguida, se concretizado, e 12
pessoas, todas nigerianas e ganesas, sucumbiram nas águas do
Mediterrâneo", descreveu a polícia.
"Os sobreviventes conseguiram resistir pela força à
tentativa de afogamento, formando, em alguns casos, uma verdadeira corrente
humana", referia o comunicado, dando conta de "pormenores
horríveis" relatados por "testemunhas em lágrimas".
Segundo fontes judiciais citadas pela imprensa, esses
"testemunhos coincidentes" permitiram reconstituir os factos. Algumas
fotografias teriam sido tiradas a bordo.
Outros responsáveis poderão ser identificados. A polícia
enviou um relatório ao Ministério Público de Palermo, que tem 48 horas para
confirmar as detenções.
Detenções por este motivo são inéditas na Itália. Já houve
casos de barqueiros detidos por terem maltratado imigrantes ou os terem deixado
morrer a bordo, mas não devido a "ódio religioso".
Fonte: Portas Abertas
Nenhum comentário:
Postar um comentário