Muito pode a oração fervente e efetiva de um homem justo (Tiago 5.16). Você está vivendo naquela área onde Deus responde às orações? O caráter é o poder na oração. Se quisermos o poder de Cristo, precisamos nos conformar com o Seu caráter. Oração em Nome de Cristo é difícil de oferecer. Requer muita disciplina e vigilância. Exclui toda a vontade própria e o egoísmo.
Raramente desistimos da nossa vida natural, do “eu”, a não ser sob pressão. Por isso, às vezes Deus segura as respostas às nossas orações para concedê-las somente depois que entregamos alguma fortaleza da vida natural ainda indomada.
Amado, não sofra com a ilusão de que não há mais ego ou qualidades carnais na sua vida para entregar. Você pode ser salvo e santificado e cheio do Espírito, mas lembre-se de que aquelas experiências, por mais abençoadas e doces que sejam, são somente experiências iniciais. Lembre-se de que depois delas aparecem muitos defeitos espirituais, resultantes da queda, que só poderão ser removidos pela disciplina da vida.
Este processo segue por toda a vida. Quanto mais cooperamos com o Espírito que habita em nós neste Seu trabalho de aperfeiçoamento do caráter cristão, maior será a nossa conformidade com Cristo, e maior o nosso poder na oração.
Se você analisar cuidadosamente a sua experiência anterior de oração, deverá se lembrar de que antes das mais memoráveis respostas à oração, você chegou a um ponto de desespero, uma agonia de anseio, que o levou a fazer uma nova ou mais profunda entrega a Deus. Alguma cidadela do ego até então escondida e bem guardada, foi descoberta e abandonada, e uma nova esfera da sua natureza foi entregue ao Conquistador Divino e o Seu controle sobre sua vida ficou mais completo.
Fazendo esta nova entrega, a sua fé em Deus e na Sua Palavra também aumentou, e você pediu a resposta. Você prevaleceu na oração. Você orou a oração da fé, porque atingiu novas profundidades de submissão e novas profundezas de conformidade com a imagem do Crucificado.
Mas não é o tamanho da sua oração, sua agonia, suas lágrimas ou sofrimento que produzem poder — mas a entrega total que ocorre ao fim de todas estas coisas que nos coloca no lugar de poder e nos habilita a clamar por uma resposta.
A posição do altar do incenso confirma a afirmação que a oração na sua essência mais profunda é um processo de despir-nos do nosso “eu”. O altar do sacrifício vem, pela ordem, em primeiro lugar e o altar do incenso em segundo. Primeiro é oferecido o sacrifício e o incenso é queimado depois com as brasas de fogo do altar do sacrifício. Primeiro é preciso tratar com o pecado e afastá-lo antes que a nuvem do incenso possa subir a Deus. Todo o pecado conhecido, bem como as faltas, que são o pecado da ignorância, devem ser afastados tão logo sejam descobertos, ou se tornarão num obstáculo ao espírito de oração.
Um novo sacrifício era sempre oferecido antes de cada queima de incenso e isto significava que precedendo cada renovação do incenso, alguma coisa tinha morrido. E isto nos ensina esta verdade profunda que o espírito de oração é aceso pela morte progressiva da nossa vida natural. O caminho para cultivar o espírito de oração é progressivamente mortificar o “eu”. O espírito de oração prospera quando o “eu” morre.
Uma razão porque falta a tantos nós o espírito de oração é que não queremos entregar novas fortalezas da nossa vida natural. Recusamos aceitar a crucificação. Uma pequena reserva, feita conscientemente, um querido Isaque que retemos em nosso poder, e nossa vida de oração sofre. A vida de oração é uma vida de morte cada vez mais completa do “eu”.
Todos os melhores escritores concordam que há uma morte progressiva do “eu”, mesmo depois de passar por uma experiência de santificação ou de batismo com o Espírito Santo. A verdadeira morte para si mesmo vem depois da obra de santificação e depois do batismo do Espírito.
George Watson diz: “Percebemos muitas manifestações da vida natural, que não são claramente pecaminosas por um lado, nem contudo realmente da natureza de Cristo por outro, mas estão numa zona intermediária de origem e qualidade da vida natural. O Espírito mostra que precisamos passar além desta zona, para a vida crucificada, a fim de atingir uma união permanente e profunda com Deus, onde não há nada de mim mesmo e tudo de Jesus Cristo.”
Sem dúvida muitos poderão se lembrar de ocasiões quando o espírito de oração se afastou da sua vida, entristecido por atos de egoísmo e voluntariedade, e não voltou até que houvesse o arrependimento e os consertos necessários.
Por: Paul Billheimer
Fonte: O Arauto da Sua Vinda
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