Por: Angelo
Bazzo
Em tempos de mudanças no plano de Deus,
um desafio muito importante é saber lidar com nossas expectativas quanto ao
cumprimento das promessas do Senhor.
Quando você se dedica com paixão a ver
uma palavra do Pai realizar-se em sua geração, é possível que se pegue
calculando como, exatamente, ele o fará. Uma vez que geralmente Deus age de
forma bem diferente daquilo que imaginamos, nossas expectativas podem
impedir-nos de ver e acompanhar o seu mover no momento crucial.
João Batista
Vejamos como isso aconteceu na vida de
João Batista. Esse homem era um grande pregador, cuja paróquia era um deserto
com um rio ao fundo para que todos os que concordassem com sua mensagem fossem
imediatamente batizados. Ele havia recebido, de fato, uma palavra expressa de
Deus. Era tão precisa que, um dia, ao olhar para Jesus, ele disse: “Eis o
Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Ao invés de atrair as
pessoas para si mesmo, ele as encaminhava a Jesus.
Apesar do poder e da pureza de seu
testemunho e da honra de apresentar o próprio Messias ao povo de Israel, um
pouco mais tarde, quando estava na prisão, esse profeta bronzeado pelo sol do
deserto hebreu enviou mensageiros para perguntar a Jesus se ele era, de fato,
aquele que havia de vir ou se deveriam esperar outro (Mt 11.2,3).
O que aconteceu? Ele não profetizou da
parte de Deus, indicando claramente que Jesus era o Messias prometido? Talvez,
por causa das pressões vividas na cadeia, sentindo a morte aproximar-se, ele
tivesse questionado o fato de Jesus, como rei do Reino de Deus, não ter ido
libertar o seu precursor da cadeia. Talvez, ele tivesse uma expectativa de como
seria a manifestação do Messias bem diferente daquilo que estava ouvindo falar
a respeito do ministério de Jesus. Com efeito, as profecias bíblicas falavam
muito mais sobre a manifestação gloriosa do Messias e a implantação definitiva
do Reino do que sobre a sua vinda humilde como servo sofredor.
Temos aqui uma lição muito importante
sobre tempos de mudança. João Batista entendia o futuro de uma forma. Porém, os
acontecimentos estavam caminhando numa direção totalmente diferente, que sua
mente não conseguia acompanhar.
O mesmo pode
ocorrer conosco. Quando pregamos, profetizamos ou oramos por algo, é muito
possível que não o reconheçamos corretamente quando começar a se cumprir pelo
fato de não acontecer da maneira como imaginávamos. O futuro guarda muitas
surpresas, e nossas expectativas poderão ser frustradas se não estivermos
abertos para o inesperado de Deus.
Simeão
Um exemplo diferente é o de Simeão. Ele
viu um bebê sendo dedicado no templo (Lc 2.27) e enxergou nesse pequenino a
redenção de Israel. Você seria capaz de fazer isso? Reconhecer em tamanha
fraqueza e fragilidade a força para o estabelecimento do Reino de Deus na
Terra?
Isso é um exemplo de alguém que estava
aberto para ver a mudança de tempo ou estação. Ele não estava vendo os cegos
serem curados, nem outro milagre qualquer; viu apenas o bebê de um casal pobre.
No meio de uma possível cena de desesperança, ele fez a leitura correta de um
Deus que não muda, mas que, quando age na Terra, o faz de tal forma que
confunde a mente dos sábios e a força dos fortes (1 Co 1.27-29). Veja o cântico
de Simeão em Lucas 2.29-32.
Pedro
Um dos exemplos mais dramáticos na
Bíblia de mudança de regras ocorreu na vida de Pedro, em Atos 10. Antes de
receber o convite de levar o Evangelho à casa do gentio Cornélio, Deus lhe deu
uma visão em que uma voz ordenava que comesse de toda sorte de animais imundos
(At 10.9-16).
Faça exatamente o contrário do que
sempre creu que deva fazer! Sua interpretação da Bíblia diz uma coisa, e a voz
de Deus diz outra! Esses e outros pensamentos fazem parte de uma mudança
radical, de um novo tempo. Como você reagiria numa situação em que precisasse
fazer algo contrário a suas tradições ou convicções?
Vamos ver alguns elementos dessa
passagem e como ela nos ensina sobre mudanças no modo de Deus agir dentro do
seu plano.
Continua...
Fonte: Revista Impacto
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