Enquanto o mundo luta contra a
pandemia da COVID-19, as pessoas no Nordeste da Nigéria também enfrentam outra ameaça
muito iminente, os sequestros. A análise de perseguição religiosa por gênero da
Portas Abertas mostra que os sequestros são um dos grandes riscos que as
mulheres enfrentam.
“No Norte da Nigéria, e cada
vez mais também no Sul, o gênero é um fator para os ataques, e o sofrimento de
meninas e mulheres cristãs continua extremo. Invasões do Boko Haram, as facções
do Estado Islâmico, os pastores de cabra fulanis e bandidos armados aterrorizam
comunidades cristãs. Meninas e mulheres são violentadas sexualmente, forçadas a
serem escravas sexuais, sequestradas para resgate e mortas. Há uma prática
geral de tratar as mulheres como inferiores aos homens, principalmente em áreas
rurais, o que torna ainda mais fácil para elas serem maltratadas.”
As pessoas desaparecem a cada
dia, mas os sequestros não chegam às notícias internacionais. Um relatório
recente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha declarou que aproximadamente
23 mil nigerianos estão desaparecidos, mais da metade do total do número para o
continente (44 mil).
Enquanto nigerianos de todos os
contextos religiosos são sequestrados pelo Boko Haram, histórias como de
Hannatu* são um lembrete de que cristãos que se recusam a negar a Cristo
enfrentam sério risco de morte, tortura ou maus-tratos severos enquanto
cativos.
O Boko Haram sequestrou Hannatu Ezra e sua família inteira, assim como Leah Sharibu, a adolescente que escolheu a fé ao invés da liberdade, a família simplesmente desapareceu na Floresta de Sambisa. Para elas e milhares de outros, não há manchetes ou campanhas. Há apenas a graça de Deus para depender no dia a dia, já que vivem sua própria história de terror. Nos quase dois anos desde que reconquistou sua liberdade, tempo para processar e lamentar são um luxo que Hannatu não tem. Pelo bem dos filhos, ela teve que, simplesmente, encontrar forças para continuar.
* Nome alterado por segurança.
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