Por Aristarco Coelho
Romanos 1:1-7
Todo ser humano tem a necessidade de
sentir-se valorizado. Todos os dias fazemos perguntas como:
Será que eu sou importante para alguém?
Será que alguém sente falta de mim? Será que alguém me aceita como eu sou...
Senso de Valor é uma necessidade humana legítima.
Uma das grandes tensões que vivemos
nessa busca de nos sentirmos valorizados é a disputa entre o valor que vem do
SER e o valor que vem do FAZER.
Se o apóstolo Paulo vivesse em nossa
época, ele poderia perfeitamente fazer parte do “Gente que Faz”. Viagens
constantes por todo o mundo conhecido, implantação de igrejas por toda a Ásia,
treinamento permanente de outras lideranças, correspondências, enfim, ele não
tinha muito tempo livre. Mas, ele começa a maioria das suas cartas afirmando
não o que ele fazia, mas quem ele era! Paulo, servo de Jesus Cristo.
Parece que Paulo encontrou uma maneira
de sobreviver em meio às pressões para FAZER: nunca perder de vista quem você
É. Foi assim também que Deus Pai fez com Jesus. Ao ser batizado por João
Batista, o Filho ouve do Pai: Esse é meu filho amado em quem me comprazo.
Não é que não exista satisfação ou
realização no FAZER, ou que sejam ruim dedicar-se ao FAZER. A questão é que
normalmente nós usamos nossas realizações como moeda de troca e ficamos frustrados
quando não alcançamos o que queríamos.
A história de Marta e Maria serve para
ilustrar isso. Marta optou por FAZER. E não há nada de errado nisso. No
entanto, quando ela cobrou de Jesus o fato de Maria estar sentada enquanto ele
trabalhava, Marta revelou que no fundo ela estava fazendo uma troca: ela estava
trocando suas atividade e realizações pelo reconhecimento de que era uma boa
pessoa, digna de elogios e merecedora de ser destacada das demais. Como esse
reconhecimento não veio, ela sentiu-se injustiçada. Esse é um terrível engano!
A questão não é tão simples, porque na
prática não dá para separar o SER do FAZER. A vida é a soma dos dois. Somos o que fazemos e fazemos o que somos.
Mas em uma sociedade que descarta aqueles que não conseguem realizar, que
valoriza e reconhece apenas os que apresentam alta produtividade, como podemos
sobreviver? Como sobrevive o desempregado, o deficiente físico, o fracassado
nos negócios, o feio ou aquele que despedaçou sua família? Precisamos de um
abrigo para sobreviver à tempestade de acusações nossas e dos outros.
Silvestre Kuhlmann escreveu em um de
suas músicas: “Os sonhos frustrados, metas não alcançadas, são fardos pesados
que eu posso deixar na mãos de Jesus... Como diz o restante da letra, deixando
esses embaraços de lado, podemos até sambar pra Ele.
No verso 6, Paulo revela de forma mais
clara qual é o abrigo onde podemos nos proteger: fomos chamados para sermos
propriedade Dele. Eu e você, que um dia aceitamos a Jesus como nosso Senhor e
Salvador, pertencemos a Ele. Você pertence a Ele! Você foi comprado por um alto
preço: o sangue de Jesus!
Quando o FAZER fracassa, quando as
realizações e os sonhos vão por água abaixo, nosso abrigo é saber que
pertencemos a Jesus e ele vai cuidar de nós. Independente de nossas
realizações, somos amados e aceitos por aquele que nos amou e se entregou por
nós.
Ele prometeu: estarei convosco todos os
dias até a consumação dos séculos. Não é promessa de sucesso incondicional. É a
promessa da Sua presença permanente conosco.
Fonte: Ideia de Reflexão
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