Por: Bill Lawrence
Por que o deserto?
Por
que será que, de toda a beleza da Criação, com suas montanhas cobertas de neve
e vales verdejantes, seus mares imponentes e ilhas exuberantes, Deus escolhe o
deserto para ser Seu templo de transformação de vidas?
Por que escolhe chamar
Seus líderes a um lugar tão desagradável? Por que fazer desse lugar estéril uma
escola de polimento de Seus líderes? Porque o deserto é uma imagem da
realidade, um vislumbre dos corações dos Seus líderes e dos seus seguidores. A
aridez e a futilidade físicas do deserto representam exatamente a aridez e a
futilidade espirituais dos Seus líderes até entrarem no Seu templo sagrado no
deserto.
Não
importa quantos relances de beleza possamos ter – e o deserto tem momentos
belos – no fim das contas, nós líderes somos tão áridos e infrutíferos quanto o
deserto do Sinai à parte da pureza e do poder que a presença de Deus produz em
nós. Até que Deus transforme nossa escassez em beleza, nos ensinando o que mais
importa quanto a nós como líderes, lideramos na futilidade de nossos desertos
pessoais. De fato, o que mais importa não é o que fazemos com nossas mãos, mas
o que Deus faz com nossos corações.
O
deserto da vida é a clínica de cardiologia de Deus, o lugar aonde Ele nos leva
para transformar nossos corações de modo a libertar nossas mãos da futilidade
do nosso ego e levá-las à graça frutífera. Uma vez que tenha transformado
nossos corações, o que fazemos com nossas mãos ganha um impacto eterno através
de ações frutíferas transformadoras. Entramos no deserto na futilidade da nossa
tolice e saímos dele sendo frutíferos na sabedoria de Deus e Sua poderosa
fraqueza. Fazemos a mesma coisa que sempre fizemos; mas agora os cinco mil são
alimentados, os espiritualmente mortos são ressuscitados, os desinteressados
são encorajados, os surdos podem ouvir e os cegos podem ver – tudo por causa da
graça de Deus através de nós.
Uma vez não basta
Nossa
experiência no deserto não acaba depois de passar por lá uma única vez. De
certa forma, nunca saímos completamente do deserto, porque Deus não vai
terminar o processo de transformar nossos corações até que estejamos plenamente
em Sua presença, quando Ele nos der um novo coração, perfeito. Então
continuamos em nossas lutas no deserto, às vezes com menos intensidade, às
vezes com exigência ainda maior; com frequência voltando, em meio a nossas
lutas, a lugares antigos agora transformados em oásis refrescantes pela boa mão
de Deus. Outras vezes encontramos novos lugares áridos e estéreis em nossas
vidas – lugares que o Pai não tinha nos mostrado antes – mesmo que eles tenham
sido parte de nós desde que nascemos. Quando isso acontece, sabemos que estamos
entrando mais uma vez na clínica de cardiologia de Deus para outra cirurgia
cardíaca sem anestesia. Não há como dormir enquanto Deus desobstrui artérias ou
substitui válvulas, quanto mais enquanto faz Seus transplantes de coração; só
recebemos o benefício completo da Sua cirurgia cardíaca quando encaramos a dor
e os ferimentos que causamos a nós mesmos e a outros em nossos esforços fúteis
para promover nossa causa no nome de Jesus. Deus está nos corrigindo e não nos
punindo ao nos fazer passar por essa dor. A única forma de nos libertarmos do
pecado é estarmos totalmente cientes da morte e do custo que o pecado traz,
tanto em nós quanto nos que lideramos e afirmamos amar.
Continua...
Fonte: Chamada.com
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