No dia 8 de novembro de 1927, quando estava completando 38 anos de idade, fiz esta oração: “Senhor, faze de mim um homem segundo o teu coração”.
O interesse no trabalho começou a desvanecer-se; coisas que antes pareciam importantes sumiram do horizonte; os assuntos e objetivos nos quais eu estava mais interessado tomaram um lugar secundário, enquanto minha vida interior diante de Deus passou à frente. De repente, era tudo o que importava para mim, o que realmente valia a pena. Enquanto andava para lá e para cá no meu quarto, aquele dia, eu orei, e orei com insistência no Espírito: “Senhor, faze de mim um homem segundo o teu coração”.
Vi, como nunca antes, que o importante não era o trabalho que estava realizando, os livros que estava escrevendo, os sermões que estava pregando, as multidões que conseguia atrair nem o sucesso que estava conquistando; o que realmente importava era a vida que eu estava vivendo, os pensamentos do meu coração, a santidade interior, a prática da justiça – em suma: a transformação da minha vida, pelo Espírito Santo, à semelhança de Cristo.
Fui impactado ali, de maneira nova e mais profunda, com o significado das palavras: “Oh, como anseio por uma intimidade maior com Deus!” Meu coração foi tomado por um clamor angustiado por tal experiência. “Andou Enoque com Deus” (Gn 5.24). Eu não poderia, também? Não sou mais precioso para Deus do que o meu trabalho ou minhas possessões? Deus queria a mim, não apenas o meu serviço.
Depois disso, ele me levou a orar, a pedir que ele fizesse de mim um homem segundo o seu coração. Nessa oração, fiz as seguintes petições: “Senhor, eis aqui minhas mãos; eu as consagro a ti. Que nunca toquem em coisa alguma que desonre a ti. Que nunca entrem em ambientes em que tu não te sintas confortável”.
“Senhor, eis aqui os meus olhos; que jamais olhem para algo que entristeça o Espírito Santo. Que meus ouvidos jamais atentem para alguma palavra que desonre o teu Nome. Que minha boca nunca seja aberta para falar qualquer palavra que tu não queiras ouvir. Que minha mente não retenha um pensamento ou idéia que ofusque o senso da tua presença.”
Colocando Deus em primeiro lugar
...Deus exige toda a minha atenção, sem concorrência alguma. Todas as outras coisas devem ficar em segundo lugar. Amigos e entes queridos, casa, dinheiro, trabalho, tudo – mesmo sendo coisas legítimas – deve dar lugar a Cristo! Dia e noite, minha atenção deve ser direcionada somente a ele. Deus em primeiro lugar! Assim deve ser minha atitude em relação a ele. Só então, ele será capaz de me abençoar e usar.
Percebi que, no meu relacionamento com Deus, não posso permitir que coisa alguma surja entre nós. Assim como um marido está em primeiro lugar no afeto de sua esposa, e vice-versa, da mesma forma, Deus deve ocupar o primeiro lugar no meu coração. E exatamente como um casamento nunca será feliz se cada um não dedicar sua atenção integral, sem concorrência, ao outro, minha comunhão com Deus também só pode ser completa quando minha atenção for dedicada exclusivamente para ele.
Percebi que, no meu relacionamento com Deus, não posso permitir que coisa alguma surja entre nós. Assim como um marido está em primeiro lugar no afeto de sua esposa, e vice-versa, da mesma forma, Deus deve ocupar o primeiro lugar no meu coração. E exatamente como um casamento nunca será feliz se cada um não dedicar sua atenção integral, sem concorrência, ao outro, minha comunhão com Deus também só pode ser completa quando minha atenção for dedicada exclusivamente para ele.
O que ele pediu de mim aquele dia, ele pede de todos sem distinção. Será possível que vamos negar-lhe aquilo que é seu por direito? Existe alguma coisa, neste mundo, que mereça a atenção reivindicada por ele? Por que, então, insistimos em reter o que ele deseja? Existe alguma alegria genuína a ser encontrada fora de Deus? Podemos nos satisfazer com meras “coisas”?
Objetos, coisas materiais, possessões podem trazer alegria? “A vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui” (Lc 12.15).
Fonte: O Arauto da Sua Vinda
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