É assim que o “pecado” assume as
características do que os psicólogos modernos chamam de ‘Vício” ou “doença”.
O problema com estes termos modernos é
que implicam inocência por parte do viciado. Mas esse não é o caso. Embora uma
pessoa possa ser dominada pelo poder daquilo a que se rendeu, ela mesma ainda
possui total responsabilidade por sua rendição.
A profunda ira, falta de confiança e
rebelião contra Deus, que alimentam nossa natureza caída, nos persuadem a usar
as provações, traumas e negligências da vida para justificar nossa decisão de
buscar consolo em criaturas em lugar de buscá-lo em Deus. Deus então nos
entrega ao poder do ídolo que escolhemos, e nos vemos subjugados ao poder
demoníaco que está por trás dele. Assim, o pecado assume a característica fora
de controle do “vício” ou “doença”, e de repente estamos fazendo coisas
obsessivamente, compulsivamente, sem limites e perigosamente – coisas que nem
mesmo gostaríamos de estar fazendo.
Decisões erradas, ações pecaminosas, ou
negligência por parte de outrem podem contribuir para nossa queda, mas
normalmente não tanto quanto nossas próprias respostas egoístas às
circunstâncias e pessoas. O coração do problema está em nossas exigências
egoístas de ter nossas necessidades satisfeitas pouco importando as
necessidades dos que estão ao nosso redor. As pessoas ou eventos em nossas
vidas que nos causam dor simplesmente se tornam nossas desculpas.
Isto não quer dizer que Deus não leva
em conta os traumas e tragédias de nossas vidas ao julgar nossas ações. Mas se
não reconhecermos a nossa responsabilidade final, e não houver um verdadeiro
arrependimento, não pode haver nenhuma libertação de escravidão – só o espectro
de uma vida gasta na tentativa de manter sobriedade através da nossa limitada
força e razão.
Apesar dos benefícios de compreender
como nossos traumas nos induziram em uma direção ou outra, temos de nos lembrar
que pecamos porque temos corações caídos. Nossas histórias pessoais nunca
deveriam ser colocadas como bodes expiatórios no lugar das nossas escolhas
voluntárias.
Somos
escravos das coisas que amamos mais do que a Deus. Somos viciados em nossos
ídolos – aquelas coisas que escolhemos para suavizar nossa dor. Embora possamos
estar fora de controle agora, somos responsáveis por termos chegado a este
estado.
A resposta final é encontrada em
confessar nossa culpa, render-nos a Cristo como canais da sua vida íntegra, e
caminhar pelo poder do seu Espírito (veja Gl 2.20). Na medida em que nossas
terapias de 12 passos e modelos psicológicos fazem com que nos esqueçamos
disso, por mais bem-sucedidos que sejam em nos impedir de agir errado, na
verdade estão nos prejudicando ao invés de ajudar. Se deixamos de colocar Deus
em primeiro lugar, e de depender da sua libertação e transformação, certamente
viveremos em escravidão aos programas de manutenção em lugar de sermos verdadeiramente
transformados.
Precisamos nos voltar a Deus em
primeiro lugar ao invés de nos voltarmos aos homens. Precisamos abandonar o
rótulo de “vítima” e nos arrepender diante de Deus pelas escolhas que fizemos
que terminaram em ‘Vícios” ou “doenças”. Esta é a única coisa que nos
libertará.
Fonte: Revista Impacto
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